segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A crise do mundo moderno e a Arte.

A arte corresponde a outras exigências e preenche finalidades diversas. Para nossa sêde de emoção, para as aspirações imprecisas mais poderosas do sentimento, ela cria-nos um mundo ideal de beleza. Nesta região superior de eurritmia, e de ordem o homem descansa das decepções da realidade, educa e disciplina os movimentos de sua vida afetiva e eleva-se, através do Belo, à contemplação extasiante da Verdade e do Bem. Pela sua vocação, o artista desempenha ainda uma alta função social. Sua atividade criadora é um contrapêso às inclinações do egoísmo esterelizador. O homem vulgar só vê as coisas através do circulo estreito de seus interêsses e não aprecia valores senão pela escala enganosa de suas vantagens imediatas. O artista entra em comunhão desinteressada com todos os sêres, alheia-se de si mesmo para vibrar em consonância com o ritimo profundo do Cosmos. Neste desprendimento de individualismo acanhados, eleva-se relações de simpatia universal. As coisas aparecem-lhe na ingenuidade de sua beleza nativa e nada de humano lhe é estranho. Através da arte, o mundo, na diversidade de seus elementos, reconquista a sua unidade profunda que  a minúcia da análise cientifica fragmenta e o utilitarismo das técnicas econômicas degrada. Como expressão do superior de estados dalma e como veículo dos mais altos valores humanos, a arte é fator essencial de civilização e representa, em cada síntese cultural um dos elementos mais característicos. Homero e Dante resumem a grandeza de um povo e de uma época.

Padre Leonel Franca

Um comentário:

  1. A arte moderna é de fato o reflexo da confusão na qual vive o homem hodierno; troca-se os pés pelas mãos. Predispõe as pessoas para a sensualidade desordenada, para o que é vil e blasfemo. Ditosa a arte que significa, e que eleva a alma para o seu fim último que é Deus, a bemaventurança Eterna.
    Basta comparar a "música contemporânea" com as belas polifonias flamengas, basta comparar as edições impressas com as belas obras pintadas em alfarrábios de outrora, confeccionados com pergaminhos recheados de iluminuras.
    Não se copiava qualquer coisa, mas em geral obras de valor. Bastam estas pequenas observações para se convencer-se do que é o modernismo em sua essência: O próprio caos.

    ResponderExcluir